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ACÚSTICA E SOM

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O que é acústica?

“A acústica só se torna um dado de projeto a partir do momento em que se entende o que é o fenômeno chamado som e como ele se propaga, pois está é um conhecimento elementar para promover a qualidade acústica do ambiente”. Assim, cabe ao arquiteto compreender as formas de propagação do som, prevendo estratégias de tratamento acústico para, dessa forma, qualificar o ambiente construído; logo, para tal finalidade, é imprescindível que o profissional se atente às interferências que o som gera em cada tipo de espaço, condizentes à função que este comporta. Com isso, a percepção do som como um fenômeno físico pode auxiliar arquitetos a projetar espaços aproveitando-se de qualidades sonoras, ou, em dadas situações, reduzindo interferências de ruídos.

O que é som?

Segundo Souza, Almeida e Bragança (2012) o som captado pelo ouvido humano nada mais é que uma onda mecânica a qual, por meio de vibração de partículas do meio (considerando-se, nesse caso, o ar e materiais da construção civil) ocasiona, por conseguinte, a vibração de objetos, originando, assim, o som. Dessa forma, algumas superfícies podem atuar como “vibrantes” por se estabelecerem como meio de propagação de ondas sonoras; exemplo disso são paredes que dividem ambientes internos com usos distintos e, por conseguinte, transmitem o som de um espaço ao outro. Já no que se refere ao ar como meio de propagação sonora, esta ocorre em função das subsequentes vibrações de partículas de ar, geradas a partir de alterações na pressão atmosférica.

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Conceitos importantes

A pressão atmosférica relaciona-se ao deslocamento da partícula em relação a seu ponto de equilíbrio, estipulando o conceito de amplitude da seguinte maneira: quanto maior a pressão atmosférica, mais a partícula de ar se desloca em relação ao próprio eixo, determinando, com isso, maiores cristas e vales para a onda sonora – ou seja, maior amplitude.

Já a repetição do ciclo da onda (isto é, o número de vezes que a onda completa um ciclo inteiro de compressão e rarefação ao decorrer de um determinado tempo) é denominado frequência (f), medida em Hertz (Hz). A pluralidade ou singularidade de frequências de uma onda determina o tom, sendo a primeira referente ao tom complexo e a segunda, ao tom puro. Ademais, os autores alertam a relação entre som audível e frequência, sendo apenas frequências entre 2.000 Hz e 20.000 Hz perceptíveis ao ouvido humano. A combinação de diferentes frequências qualifica o timbre, único para cada fonte sonora; esse aspecto do som é o que distingue instrumentos musicais, por exemplo. Por fim, pode-se extrair mais uma relação desses conceitos: frequências altas – com muitas oscilações - produzem sons agudos e frequências baixas (com poucas oscilações), sons graves.

A distância entre duas cristas ou dois vales – ou seja, o ciclo completo da onda – é chamado comprimento de onda. Esse conceito é imprescindível em cálculos acústicos e, em relação à frequência, esse valor demonstra-se inversamente proporcional, ou seja: quanto maior o comprimento de onda, menor a frequência, e vice-versa. Ademais, a associação entre as grandezas anteriores gera uma nova variável: a velocidade do som (c), que, considerando-se o meio de propagação o ar, é equivalente a 344 m/s. Dessas informações, conclui-se:  c = λ  x f

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Ondas sonoras e ambiente construído

Em relação ao ambiente construído, grande parte das ondas sonoras possuem direcionalidade, isto é, tendem a emitir maior quantidade de energia em determinada direção.  Frequências médias e baixas tem maior capacidade de se distribuir de maneira mais proporcional pelo espaço, enquanto altas frequências concentram-se longitudinalmente à fonte. É por isso que em algumas situações há falta de inteligibilidade, ou seja, quando o receptor (ouvinte) se afasta do eixo longitudinal, onde se concentra a propagação sonora, a compreensão é dificultada.

Modelo de espaços que devem considerar esse tipo de situação são auditórios, onde a plateia deve estar na área onde o som da fonte propaga-se com maior intensidade. Souza, Almeida e Bragança (2012) afirmam: “considera-se que, para a voz humana, o padrão sono não é alterado se mantido um ângulo de 90°, em relação ao mesmo eixo longitudinal, 45° para cada lado da fonte”

Hertz Arquitetura / hertzarquitetura@gmail.com / © 2019 por Hertz Arquitetura​

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